9 de mar. de 2008

A tal da Tronco

Todo mundo está falando, debatendo, polemisando a questão das pesquisas com células troncos realizadas com embriões congelados. Aliás, congelados, leia-se descartados. Sim, porque as pesquisas visam utilizar embriões que foram congelados e que não serão utilizados pelos seus "proprietários".

Pode parecer extremamente grosseiro e frio o que vou dizer, mas é algo como, reutilizar aquela sobra de carne de panela que está no freezer há 6 meses, que ninguém vai comer, e que pode alimentar alguém no lugar de ser jogado no lixo.

Não estou acompanhando a polêmica de perto, não estou lendo a respeito, nem tenho discursado sobre minha posição a respeito, e não o farei agora.

Venho blogar por outra razão.

Venho questionar esse tal poder dado a igreja católica que sisma em manifestar-se, quando sua opinião, pelo que me consta, não foi solicitada.

Que saco essa mania da igreja de dizer-se responsável pelo que não lhe diz respeito. Vá se meter com o que deve. Ciência é para cientistas, e até onde vejo, eles nunca criaram horrores como a inquisição ou o flagelo.

O que verdadeiramente me irrita é que a igreja não se mete na distribuição de renda do Vaticano. Por exemplo, se é pra se meter em assuntos pertinetes à humanindade e aos direitos humanos, que tal fazer um espólio do papado e enviar mais verbas aos missionários na África???

Porque o Papa, precisa ostentar anéis do mais nobre ouro??? Ele não fez a dita opção pela pobresa e serventia pela igreja???

Outra coisa, quem disse que a igreja católica representa o povo brasileiro??? Nem é preciso estatística para dizer que o Brasil não é mais genuinamente católico. Dê uma olhada em volta, e veja quantas igrejinhas neopentecostais, daquelas abertas em salões comerciais simples, se espalham em todo o país, e pelo que vejo, costumas estar mais cheias aos domingos que muitas paróquias.

E não são só os evangélicos, embora muitos espiritas ainda se declarem católicos, os seguidores de Kardek são milhares, assim como várias outras linhas de religião, que desconheço o nome, mas não ignoro a existencia e crescimento.

E fica todo mundo com medinho do bispo que diz que é pecado isso ou aquilo??? Ora isso não impediu a liberdade sexual das décadas de 70 e 80, mesmo com a igreja dizendo que era pecado, nós não parávamos de fazer sexo, nunca paramos de beber, usar anticoncepcional, ou dizer, não gosto do próximo. E agora o país pára por causa de uma dita polêmica causada por quem não entende do assunto???

O que mudou??? A igreja não entendia de sexo, e nós continuamos a transar, a igreja não entende de demografia, e nós planejamos nossos filhos, então pra que perguntamos a igreja o que devemos ou não fazer com as células tronco que não são propriedade da igreja???

A pára né???

A igreja tem de cuidar do conforto de nossas almas, não interferir no livre arbitrio, que aliás quem nos deu foi Deus. Vai querer revogar isso agora ô Bispo???

5 de mar. de 2008

Fodão Merdão

Odeio palavrões.

Não há nada que justifique sua utilização mas, enfim, eu não poderia iniciar este post sem utilizar os citados ai em cima.

Esta semana assistia ao Saia Justa, programa de que sou fã notória, e a filósofa Márcia Tiburi citou um artigo que me marcou pelos palavrões acima. Claro o tal artigo falava muito mais que isso, mas essas duas palavras, o registraram. Infelizmente tenho de confessar não me lembrar do autor do artigo citado pela Márcia, e embora tenha procurado o artigo assim como sua acessoria para exclarecê-lo, não obtive retorno em tempo desta publicação, portanto... sigo.

Para resumir o citado pelo artigo, a expressão "Fodão Merdão" é utilizada para descrever a figura corporativa que utiliza-se do poder para impor-se diante dos demais, e como principal ferramenta para esta imposição, utiliza mediocrizar seus subalternos, hierarquiuacos ou pseudohierarquicos.

Essa figura fica famosa pelo sentimento de antipatia que cria em todos a sua volta, e pela imposição de sua figura pela posição que normalmente ocupa.

Necessariamente este "inergumeno" precisa afirmar-se e para isso, cava buracos cada vez maiores entre o abismo que o separa dos demais.

Bem, enfim todos sabemos o que é um "Fodão Merdão", e não é a isso que este post se proproe, o que quero vai além de identificá-lo, rotulá-lo ou justificá-lo.

A Márcia deixou as suas colegas de Saia Justa o desafio de como neutralizar este "Fodão Merdão", mas o que quero é determinar o que ele acarreta.

Qual sua real vantagem???

Bem, sem dúvida ele se destaca. Mas será positivamente???

Garanto que não.

O que observo sempre que conheço um é que eles tem uma alta capacidade de atração negativa. Isso mesmo.

Observe como esses personagens de nossa vida, vivem cheios de problemas por resolver, problemas sérios, graves, de saúde, ordem pessoal, familiar ou financeira. Eles nunca estão sob total sossego, sempre há algo de catástrofe se abataendo sobre eles.

Não sou superticiosa, não acredito em mau olhado, mas sei que uma torcida leva o time pra frente, e sei que na vida, é melhor ter quem torça por nós. E conhecendo Fodões Merdões aos montes, e seus antíteses felizes, posso afirmar sem medo de errar. Os primeiros não têm torcida. Aliás têm sim, a adversária, sim porque todos preferem torcer por qualquer um, menos por eles. É como aquele jogo em que você diz ser torcedor do Boca Junior desde criancinha, só pra ver ele arrazar o seu time adversário.

É assim que funciona. A gente pode não fazer de propósito, mas torce contra essas figura.

E quer saber??? Bem feito pra elas.

1 de mar. de 2008

A Transparência...

Esta semana fui confrontada com os estragos causados pela falta de transparência.
Sabe, sou sempre acusada de diversos defeitos, uns que conheço, reconheço e até enalteço em mim, já outros me são apresentados, e depois de assimilados, passam a ser repensados ou acolhidos. Mas enfim quero falar sobre um dos defeitos que mais mereço, que mais procuro e que mais agradeço.

A transparência.

Agradeço, porque além da personalidade nata que me fez aceitá-lo como uma careacterística do meu caráter, alguém apresentou-me à transparência, e esse alguém foi indiscutivelmente minha mãe.

Me orgulho de carregar esta característica para todas as minhas relações. Sejam elas pessoais ou profissionais, se bem que tudo se resume ao pessoal, não há uma máquina profissional, há uma pessoa que se adápta a ações profissionais, mas ainda assim carrega o ser humano que é. Pessoal.

E eu sou isso, transparente, não há o que imaginar, basta olhar, e se restar dúvida, pergunte, porque eu jamais me furtei a uma resposta sincera. Sei desculpar-me quando ela ofende o senso de aceitação do interlocutor, mas negar-lhe a verdade, isso não sei fazer.

Houveram momentos em que lamentei não tê-lo feito, desejei aprender a desfaçatez, mas estes momentos passaram e logo confirmou-se que minha opção pela transparência foi a mais correta.

Tenho assistido a relacionamentos cada vez mais superficiais e degradados, nos mais diversos níveis de comprometimento, de meras amizades, ou contratos de trabalho a casamentos insolúveis, todos baseados num universo que beira o paralelo, de tão inconsistente por falta de transparência.

Vejo quem finja saber, o que fingem lhe contar, para que não se comprometa de forma expressiva e quem sabe trabalhosa com a busca pela saudável verdade.

E assim vai-se vivendo, uma ilusão que beira a loucura, ou a completa desfaçatez de uma vida inexistente, já que todos interpretam, ninguém sabe exatamente onde inicia-se o personagem e encerra-se o ser, que talvez já até tenha deixado de ser humano, ao ceder aos seus instintos mais modernos, o da preguiça, o de fugir á responsabilidade, o de fazer-se feliz com o que está posto, para que não se seja deposto.

Uma canção de Lulu Santos tem uma frase que se afirma a cada dia "... assim caminha a humanindade, com passos de formiga e sem vontade..." Eu acrescentaria, sem "nenhuma" vontade.

Deixo aqui um apelo a quem queira considerar essas quimeras de uma idealista. Muna-se de coragem e ao expressar seu ser nessa existência que misteriosamente é única, faça-o de forma ímpar, registre-se na eternidade como alguém que teve coragem de ser e não de se fazer.