2 de nov. de 2008

A SUBSTANTIVIDADE DO ÓCIO

Adoro a substantividade dessa palavra ÓCIO.
O ócio já imperou dentre os pecados capitais sendo parceiro da objeto da preguiça. Hoje ele é mais, é almejado, ansiado, prescrito pela classe médica como tratamento imperioso para a cura de diversos males.
Há ainda quem se refira a ele com menção pejorativa, afinal, fazer nada é feio, quase um crime, mas também é ansiado, você passa dias esperando pelo dia em quem poderá não fazer nada, planeja o que fazer quando este dia chegar, e quando ele chega, se percebe cheio de coisas para fazer, mas, espere, fazer não contraria o ócio?
Quando foi a última vez que você passou o dia sem fazer absolutamente nada, nem para você nem para as pessoas que te cercam, sem sentir qualquer culpa?
Outro dia eu pensava numa verdade daquelas profundas ditas por pessoas do seu cotidiano e ... toda a tecnologia desenvolvida, desde a roda, foi originada pela necessidade do ser humano de não fazer nada, sempre buscamos facilitar, agilizar o que temos de fazer de forma que terminemos mais rapidamente e então fiquemos sem fazer nada, e quando finalmente conseguimos nos colocamos a buscar por mais o que fazer...
Terapias ocupacionais, artesanato, leitura, etc e etc...
Está bem, já que é obrigatório o fazer algo eu escolho fazer nada, vou criar uma substantividade também para o nada, assim ele se tornará algo tangível de forma que eu possa fazê-lo e estando fazendo algo, não estarei então fazendo nada, assim que nada for algo, e sendo assim a culpa esvai-se.
Ufa... é realmente trabalhoso fazer nada.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ufa... é realmente trabalhoso fazer nada.

Sou do partido de oposição então.
Combatente do ócio.




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Putz, mas ele forte.
De vez em quando não faz mal né.