27 de out. de 2007

O discurso e a imagem

Qual o perigo da colisão entre estes dois incógnitos determinadores sociais da personalidade?

Acabo de ouvir uma discussão sobre este tema, que me fez levar o assunto adiante com “meus botões”.

O que é discurso e o que é imagem exatamente?

Lembro-me de alguns discursos meus na adolescência que hoje simplesmente me são pueris e que não combinam em absolutamente nada com meu discurso e ainda menos com minha imagem.

Mas o que é imagem? É o que planejo e acredito projetar ou é o que as pessoas enxergam sobre mim?

Neste blog me intitulo Sabichona, no entanto minha apresentação contém erros de português, assim como vários dos meus posts.

Em meu trabalho tenho uma postura extremamente profissional, embora me vista de forma completamente descompromissada.

Mas não é sobre esta antítese que quero discorrer, mas sobre esta nossa mania de julgamento predisposto, a nossa culpa ao mudar de idéia e nossa ridícula idéia de que a imutabilidade de opinião é o que nos dá a mais primorosa das características de personalidade.

Quem disse que não podemos mudar de idéia???

O pior dos discursos é aquele em que você se aprisiona a algo que ao mudar, e tudo muda, condenará você a total incredibilidade.

O melhor discurso que já ouvi foi sem dúvida o de Raul Seixas ao afirmar que “prefere ser uma metamorfose ambulante a ter a mesma velha opinião sobre tudo”.

Se considerarmos que somos fruto do meio, e somos isso é fato, e que nosso meio muda a cada milésimo de segundo, seria insano não mudarmos, nossa imagem, postura, discurso e tudo o mais que vivenciamos.

Não mudar seria abrir mão da nossa condição humana, seria finalmente entregarmo-nos a modernidade de forma que acreditássemos ser máquinas.

Portanto, minha sugestão e sentença pessoa, que certamente ainda mudará, é a de que buscarei jamais me aprisionar a uma condição de discurso ou de imagem predeterminada de forma que não possa mudar.

Quero mudar o tempo todo, como mudei ao longo da redação deste texto, certamente não sou a mesma mulher que escreveu a primeira palavra, aliás a idéia inicial deste texto era outra, e mudou, afirmo que até agora esta é a melhor versão dele, e se amanhã mudar, tornarei a discursar.

24 de out. de 2007

A Beleza de São Paulo


Se você mora em São Paulo, sabe sobre o que estou falando, se não mora, precisa visitar esta cidade em um dia de chuva.

São Paulo é muito conhecida por seus prédios e a dureza de seu concreto, como cantada por Caetano, sempre condenada por sua insônia financeira, e frieza produtiva de máquina do país.

Mas ao parar sob a marquise de uma típica padaria paulistana durante uma tarde de chuva é possível ver quanta beleza tem esta cidade. Uma beleza como daquelas traçadas por artistas em telas modernistas, pouco compreendidas por muitos, mas ovacionadas por quem se dedica a apreciá-las em suas sutilezas.

A cor envernizadora que a chuva dá a tudo nos faz lembrar o que faz de São Paulo, a terra da garoa, é esta sua capacidade de beleza ainda que diante do caos que a chuva tráz. Os guarda chuvas trazem algum charme a correria cotidiana, há planos mais aconchegantes para o fim do dia, como o café com os amigos no fim do expediente, ou o encontro com a familia depois do trabalho.

Não serei hipócrita ao ignorar as filas nos corredores de ônibus, e o transporte coletivo cheio de pessoas cansadas e castigadas pelo excesso de passageiros durante um retorno longo pelo transito que as chuvas causam, mas diante de meses sem chuva, durante uma longa estiagem em que a correria era agravada pelo clima causticante que o asfalto nos impelia no dia a dia, vamos lá, comemoremos a beleza da chuva paulistana.

Com seu tempo e seus contratempos, e continuemos pedindo e agindo, para que um dia, possamos apenas contemplar a chuva.

23 de out. de 2007

Resposta

Hoje recebi a ligação de uma amiga que recentemente se mudou para a Suiça.

E ela me perguntou se eu estava deprimida.

Disse que estava acompanhando o Blog, e que minhas últimas postagens pareciam de alguém deprimida.

Bem minha querida, ai vai a resposta, mas elaborada, do que a que te dei esta manhã.
Não estou deprimida, estou apenas numa readaptação ã solidão intelectosocial a que sua ausência me condenou.

Veja que não a culpo, muito pelo contrário. Além de invejar sua atual vida nesse país onde a qualidade de vida é total, sei o quanto você está feliz, e fico muito feliz por isso.

Torço para que você aproveite esse período para amadurecer muitas coisas, projetos pessoais, r visões, relacionamentos e tudo o mais. Afinal essa experiência pode determinar toda a sua vida daqui para frente.

Mas é fato que a sua viagem me submete a realocar comportamentos, readequar pensamentos e devaneios que antes fluíam em voz alta sem pudores ou maiores explicações. Agora tenho que escolher palavras, medir entendimentos e as vezes (ah! Deus essa é a pior parte) explicar o que eu quis dizer com o que falei.

Minha amiga, não se preocupe, não estou deprimida, só estou me readaptando, logo, logo este período letargico terá passado, novamente estarei inconformista com essa mediocridade que nos cerca, com o universo paralelo em que grande parte do dia vivemos, e você verá, que durante a dita "depressão" estava apenas reposicionando a lupa, por onde nós sabemos enxergar esse mundico.

Um beijo a minha cara Eladir

16 de out. de 2007

Crise de identidade intelectual

Hoje passei o dia sonando...
Ah que sono enfadonho a inteligência média provoca em mim.
A ausência de uma inteligência astuta e desafiadora faz com que o tempo corra sem qualquer produtividade de senso criativo ou desenvolvedor.
Há algum tempo deixei de lado a hipocrisia e passei a assumir alguns aspectos de mim. Um deles é afirmar com relativa seguraná que sou superior a outras pessoas.
Essa soberba que declaro sem qualquer pudor, é relativa porque ao me comparar com os "outros" me deparo com uma mediocridade tal, que afirmar ser melhor não é nenhum disparate.
A mediocridade invade a alma humana de uma forma tão avassaladora que o estado de inércia de qualquer ser superior não denota a eles qualquer expressão, eles simplesmente não notam.
A alguém do meu nível é possível transitar de forma premeditadamente inutil entre os demais sem chamar qualquer atenção ou desconfiança.
E essa ignorância massificada que domina o país de forma que sou hoje obrigada a reconhecer alguma inteligência em nosso presidente e tantos outros. Afinal eles passam desapercebidos por todos, ainda que não façam qualquer das coisas que deveriam, eles são munidos por essa inteligência aquém da mediocridade institucionalizada.
Deus, agora me pergunto se sou tão inútil quanto o presidente, ou se ele é tão inteligente quanto eu que passa sonolento por todos.

15 de out. de 2007

O palavrório

Uma das coisas mais importantes que aprendi com meu pai foi apenas falar sobre o que conheço.
Ele sempre disse, se quer falar, fale sobre o que conhece, se não conhece e ainda assim quiser falar, aprenda e então fale.

Sem dúvida essa semana um dos assuntos mais discutidos, de forma poeril, é o horário de verão. Alguns sábios limitam-se a dizer - Adoro este horário, porque saio do trabalho com o dia ainda claro - outros (onde eu me encluo) Detesto acordar com o dia ainda clareando, sinto falta do ceu azul.

Esta estratégia "energética" tornou-se um tabu. Tabu sobre o qual por serca de um mes, giram as conversas das mais inocentes às mais politizadas.

Há os que afirmam ser esta estratégia uma idiotice governamental, que poupa apenas X ou Y quando o consumo de energia é de N, pior, estas pessoas sitam fontes que vêm assegurar sua credibilidade. Afimando calculos jamais realizados.

Eu detesto o horário de verão e muitas outras responsabilidades que o ser uma cidadã global me trazem. No entanto utilizo desta ferramenta democratizadora para me informar ao máximo sobre estes temos, podendo então estabelecer uma relação ao menos informativa com eles.

O que pensarão as futuras gerações ao verem seus pais desacreditarem uma ação de grande importância não só no patamar econômico quanto na tal afamada sustentabilidade?

Deus!!!

Fica aqui uma intimação que querem falar.
(embora um impulso maquiavélico me diga para sugerir a biblioteca local) Digitem o endereço abaixo em seu navegador de internet http://www.google.com.br/ e busquem mais informações sobre o que querem falar. Seja o horário de verão ou qualquer outro assunto.

Eis um bom começo

10 de out. de 2007

Cansada

Sem dúvida esta foi a semana mais improdutiva que já vivi.

Invejo os trabalhadores braçais que concentram toda sua capacidade produtiva no corpo e não tem esta habilidade abalada por qualquer atemporalidade da alma.

Trabalhei, fui a empresa a semana inteira, fiz o que era preciso, até desenvolvi algo, mas passei por lá me sentindo um zumbi, um zumbi porque estou anestesiada, passei a semana assim, tentando não sentir.

Tentando não lembrar qual o centro criativo da minha vida, para que eu pudesse passar pela semana sem sucumbir a crise que isso me traz.

Eu jamais escreveria um livro, minha capacidade criativa é inconstante demais para isso. Oscilo entre inspirações banais do cotidiano a enraigadas inspirações vindas do coração, da minha experiência pessoal, de como reajo a tudo e de como tudo me afeta.

Bem, aqui estou eu diante de um eco desse mundo vazio da minha insatisfação, tanto que acabo de digitar insatisfação pensando em inspiração. Eis ai um ato falho revelador.

Estou cansada.

4 de out. de 2007

O medo causado pela inteligência

Hoje diante de um avassalador fato "cotidiano" sobre o qual sempre nos surpreendemos embora mais dia menos dia já o esperemos, ocorreu-me a lembrança de um texto brilhante que há algum tempo circulou pela internet.

Lamento não saber a autoria para dar a ela o devido destaque, mas peço permissão para que seu texto mais uma vez ilustre a dura masmorra a que alguns poucos são submetidos.

O título deste post, é o título do texto original.


Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas.
O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal: "Meu jovem, você cometeu um grande erro.
Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável ! Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O talento assusta".

Ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pôde dar ao pupilo que se iniciava n'uma carreira difícil.
Isso, na Inglaterra. Imaginem aqui, no Brasil.

Não é demais lembrar a famosa trova de Ruy Barbosa:
"Há tantos burros mandando em homens de inteligência,que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma Ciência".
A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência.
Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de posições. Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder.
Mas, é preciso considerar que esses medíocres ladinos, oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas com verdadeiras muralhas de granito por onde talentosos não conseguem passar.
Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas, as panelinhas do arrivismo, inexpugnáveis às legiões dos lúcidos.

Dentro desse raciocínio, que poderia ser uma extensão do "Elogio da Loucura", de Erasmo de Roterdan, somos forçados a admitir que uma pessoa precisa fingir de burra se quiser vencer na vida.

É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social.

Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas boicota, automaticamente, a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência,por medo de perder seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras, à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar.

Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas...

Enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender.

É um paradoxo angustiante !

Infelizmente, temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida.

Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues... "Finge-te de idiota, e terás o céu e a terra".

O problema é que os inteligentes gostam de brilhar! Que Deus os proteja, então, dos medíocres!...

2 de out. de 2007

A garota do vestido verde


Você sabe do que a inveja de uma mulher é capaz quando ela compra uma roupa duas vezes menor que ela apenas para se certificar de que, quem realmente cabe no vestido não vá usá-lo.


Crueldade pura e absoluta???

Não, eu chamo de masoquismo. Vamos a análise pormenorisada do sentimento desse ser amarelo de inveja.

A mulher masoquista tem uma habilidade assustadora de aprisionar-se num ideal de si mesma que leve-a a torturar-se em nome dessa visão. Visão, porque é de conhecimento público que as medidas tomadas por ela como suas, e apenas suas, não lhe pertencem. É notório, basta olhar para saber que seu manequim não é o 40, e ela ficaria linda se assumisse o 44, mas prefere espremer-se numa calça 42 sem etiqueta para afirmar o 40. Mesmo que transborde a já popular "pochete", ela insiste em se enxergar assim, P quando deveria comprar o G para ficar mais elegante, num número real.

Mas a realidade não faz parte do universo desta masoquista. Ela precisa possuir, mesmo que seja pelo único prazer de saber que ninguém mais usará aquele vestido, ninguém em quem o vestido realmente sirva e fique apropriado.

Eu chamo isso de capacidade de estupro.

Porque esta mulher além de ter a loucura de comprar uma peça que não lhe sirva, comete o ato criminoso de vestí-la.

Mesmo que o laço criado pelo estilista para envolver a cintura, vire um laçarote pendente contrariando a concepção original da peça.

Não tenho qualquer preconceito pelos adeptos do sadomasoquismo, só que ainda prefiro que eles adotem essa prática no isolamento de seus quartos, em privacidade, sem nos impor a imagem grotesca deste fetiche invejoso e pervertor das boas práticas da modelagem.

1 de out. de 2007

Imagens da semana


Precisa falar alguma coisa??? As imagens falam por sí só.

1 - O raio da bota dos invernos passados, pesando mais do que o já pesado visual de nossa amiga pesadinha. Nada contra as pesadinhas, muito pelo contrários, mas esse visual filha, tá de matar.

2 - A miserável cintura baixa, e ainda pior num figurino que de brega já passou de tão horroroso, que sapato é esse minha filha??? E essa bolsa, tudo a ver.

3 - A pior de todas, infelizmente meu celular não conseguiu captá-la de frente, mas acredite, acima da legging (eca) com salto, esse vestido reaproveitado e este casaquinho curto (cruzes) tem gola de pele falsa (ahhhhhhhhhhhh socorro).

Vou continuar assistindo "O Diabo Veste Prada", e amanhã apareço com algo mais ácido.