2 de out. de 2007

A garota do vestido verde


Você sabe do que a inveja de uma mulher é capaz quando ela compra uma roupa duas vezes menor que ela apenas para se certificar de que, quem realmente cabe no vestido não vá usá-lo.


Crueldade pura e absoluta???

Não, eu chamo de masoquismo. Vamos a análise pormenorisada do sentimento desse ser amarelo de inveja.

A mulher masoquista tem uma habilidade assustadora de aprisionar-se num ideal de si mesma que leve-a a torturar-se em nome dessa visão. Visão, porque é de conhecimento público que as medidas tomadas por ela como suas, e apenas suas, não lhe pertencem. É notório, basta olhar para saber que seu manequim não é o 40, e ela ficaria linda se assumisse o 44, mas prefere espremer-se numa calça 42 sem etiqueta para afirmar o 40. Mesmo que transborde a já popular "pochete", ela insiste em se enxergar assim, P quando deveria comprar o G para ficar mais elegante, num número real.

Mas a realidade não faz parte do universo desta masoquista. Ela precisa possuir, mesmo que seja pelo único prazer de saber que ninguém mais usará aquele vestido, ninguém em quem o vestido realmente sirva e fique apropriado.

Eu chamo isso de capacidade de estupro.

Porque esta mulher além de ter a loucura de comprar uma peça que não lhe sirva, comete o ato criminoso de vestí-la.

Mesmo que o laço criado pelo estilista para envolver a cintura, vire um laçarote pendente contrariando a concepção original da peça.

Não tenho qualquer preconceito pelos adeptos do sadomasoquismo, só que ainda prefiro que eles adotem essa prática no isolamento de seus quartos, em privacidade, sem nos impor a imagem grotesca deste fetiche invejoso e pervertor das boas práticas da modelagem.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá! Passei por aqui para retribuir a visita ao Casa de Burlesco e de quebra ainda adorei a crônica. ;)
Eu também já me fiz quase as mesmas perguntas em relação a insistência das pessoas de borrarem sua imagem na marra. Quem veste 48, assuma seu 48! Nem pra menos, nem pra mais. Nem cometa a violência de tentar entrar em uma calça 44 ou 46. Assuma seu corpo como ele é e se não está satisfeita com ele, tente mudar.
Se a maioria das pessoas verdadeiramente conhecesse e assumisse seus corpos, seriam mais seguras e errariam bem menos. :D

Beijos,

Jana.

:D