2 de jan. de 2008

Os excessos que nos invadem.

Por que os excessos alheios nos incomodam tanto???

Não só os do marido, da mãe ou do filho, não os do colega de trabalho que divide espaço conosco um dia todo, mas os excessos anonimos. Aqueles cometidos por quem desconhecemos, por pessoas que simplesmente cruzam conosco em circunstâncias únicas. Por que esses excessos são capazes de nos enlouquecer???

A mulher desconhecida que grita estéricamente com o filho no corredor do supermercado. Ou o adolescente que entra no ônibus falando alto e fazendo piadas sobre o "busão".

E as máximas de final de ano??? As incansáveis festas de empresas onde você assite a degradação da mocinha da contabilidade depois de algumas cervejas, o senhor sério do almoxarifado perder a sunga na piscina do sítio, onde o dono da empresa programou uma confraternização, em que todos são incentivados a se abraçar no discurso de encerramento. Depois que o chopp acabou, a churrasqueira já foi apagada, e a piscina onde uns excessivos beberrões se mantém até um minuto antes do final da festa.

Após o longo discurso, em que a paz é esperançada, o sucesso e convocado, e a gratidão é aclamada pelo presidente da empresa, ai então o excesso dos excessos, a sentença aos sóbrios que por boa capacidade social compareceram a festa. Estes agora terão de clamar por seu fôlego e total descaso ao excesso alheio para manterem-se firmes diante de abraços ábrios, declarações acaloradas e enbriagadas de emoção que somente o excesso do momento traz.

Será então crime ou pecado incomodar-se com os excessos?

Vale realmente a sociabilidade provida de "estomago" ou desprovida de pre-conceito para a condenação brutal a esse tipo de convivência??? Que recompensa nos cabe para sobreviver a isso???

Valho-me então de toda antipatia que me é peculiar e afirmo. Se nada tenho a ganhar, prefiro me abster e ter por unico excesso minha total falta de hipocrisia.

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