26 de set. de 2007


Ontem voltei resoluta a minha dieta.
Hoje entrei na internet como faço diariamente para ler os noticiários da manhã e encontrei a brilhante campanha de um fotografo italiano contra a anorexia.
E quer saber???
Comi duas trufas enormes logo depois do almoço.
Em comemoração a minha sanidade.

Sim porque é insano o sacrifício a que essas meninas se propõem por uma imagem que apenas elas vêm no espelho.

Maravilhoso Modigliani, artista italiano
expressionista que sabia retratar a beleza
do corpo feminino.

Gostaria de retornar ao renascentismo, quando as mulheres eram cultuadas em obras de arte hoje imortais por sua beleza de alma, suas formas eram arredondadas e fartas, voluptuosas, para expressar toda a alma de que eram dotadas, a espirituosidade e virtude de mulheres que buscavam conteúdo muito além da forma.
Hoje o intelecto simplesmente não conta. O que conta são literalmente os números. Mulheres são descritas por suas medidas, há até gabaritos de medida ideal.

Podia colocar aqui uma foto chocante de uma anorexica, mas prefiro cultuar o realmente belo.


Ninguém pergunta mais quais os livros que se leu, quais os quadros que aprecia, aprender alguma habilidade então... hunf, só se for truques para perder medidas, como limão com água morna pela manhã ainda me jejum... pois é, é isso que circula entre essas futeis adoradoras do corpo.

E como qualquer fanatismo, esse culto leva a morte. Como os homens bomba, esses adeptas da anorexia usam seu corpo para destruir a si mesmas.

Estou falando na segunda pessoa, porque não acredito em vitima inocente. Tudo parte do princípio da vulnerabilidade e como diz minha mãe, "mente vazia oficina do Diado".

Quando eu ainda era um bebe, fui selecionada para ser o bebê Johnson, minha mãe recusou a oferta. Durante a infância não foram poucas as amigas que diziam, "leve-a a uma agência ela tem talento, é desinibida, gosta de fotos".

Não condeno as mães que o fazem, mas afirmo que a responsabilidade de criar suas filhas cultuando apenas o corpo e não desenvolvendo personalidade intelectual, é sua, e falhar com esta responsabilidade é deixá-las vulnerável.

Cresci entre livros, embora a princípio os odiasse.

Hoje, ainda que me mantendo atenta a balança e ao que ponho no prato, não troco minhas medidas intelectuais por melhores medidas físicas.

Os links abaixo têm um parecer muito interessante sobre disturbios alimentares. Dê uma olhada e pense sobre o assunto.


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